quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

E se Madalena escrevesse um poema de Amor?

... quem sabe este, de Natália Correia?

O Sol nas Noites e o Luar nos Dias

De amor nada mais resta que um Outono
e quanto mais amada mais desisto:
Quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.

E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, Sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.

Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.

Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.

P.S.: Lanço um desafio: enviem outras "propostas"!

4 comentários:

Natty disse...

O JARDIM DO AMOR

Fui ao Jardim do Amor,
E vi o que nunca vira:
Vi uma Capela erguida,
No relvado onde eu brincara.

E tinha o protão fechado,
E escrito na porta "Não";
Voltei ao Jardim do Amor,
Que tantas flores nos dera.

E vi-o cheio de campas,
Lápides em vez de flores:
E Padres de preto, em seus afazeres,
Com silvas tolhiam desejos & prazeres.

by William Blake, Cantigas da Inocência e da Experiência


Não sei se conhece William Blake, mas ele não só escrevia os seus poemas como os ilustrava e gravava ("imprimia"). Aqui tem a página onde está este poema http://www.blakearchive.org/exist/blake/archive/object.xq?objectid=songsie.a.illbk.45&java=yes

*
Sofia
11º G

MC disse...

Sim, Sofia, conheço! mas há quantos anos eu o li!! Vou relê-lo no site que enviou.
E muito adequado à "situação", o poema que escolheu...Que bom ter alunos "atentos"!

Anónimo disse...

Hoje foi mais um dia,
e vi-te sorrir, distante,
senti-te distante,
mais um dia.

Vou-me afogando lentamente,
mais uma noite...
Consegues ver?
Estas correntes que nos separam,
as correntes que nos prenderam...

Estou a afogar-me.
Consegues ver-me?
Deixa-me ver-te...
Mais uma noite.

Algo que Madalena talvez tenha sentido, também.

Francisco Monteiro
nº5 11ºG

MC disse...

Que bonito, Francisco!! sem qualquer favor...(tudo o mais que escrevesse, seriam banalidades!)