domingo, 13 de janeiro de 2008

Frei Luís de Sousa, I Acto

Frei Luís de Sousa, I Acto

Espaço: "câmara antiga", Almada, palácio de Manuel de Sousa.
Tempo: "fim da tarde", "princípios do século dezassete".

Topoi("tópicos"):
  • Reflexões inquietas de Madalena: lê excertos de Os Lusíadas de Camões, episódio de Inês de Castro, o que a leva a meditar sobre o carácter efémero da felicidade e do amor;

  • A importância do passado: do diálogo entre Telmo e Madalena ficamos a saber que Madalena foi casada com D. João de Portugal e que ele "desapareceu" em Alcácer Quibir, tal como D. Sebastião, quando ela tinha apenas 17 anos. Procurou-o durante 7 anos e, seguidamente, casa com o homem que já amava, Manuel de Sousa Coutinho. Têm uma filha com 13 anos. Telmo "acusa-a" de ter atraiçoado a memória de seu amo (D. João), contribuindo para que se adensem os terrores e as angústias de Madalena;

  • O Sebastianismo: Maria entra em cena, impulsiva, exprimindo o desejo de que D. Sebastião regresse para salvar Portugal do domínio castelhano, sem saber que isso poderia implicar o regresso do primeiro marido de sua mãe e consequente desonra da família;

  • A crença em agouros, superstições, "sonhos"/ delírios: Maria;

  • O "mensageiro": Frei Jorge, irmão de Manuel de Sousa, avisa que os governadores castelhanos têm a intenção de ir procurar "alojamento" em Almada, naquela casa. Maria, em particular, repudia esse acolhimento;

  • A doença de Maria: comentários preocupados sobre a sua "fina" audição, sintoma da tuberculose que a afecta. É ela a única que ouve a voz de seu pai que está de regresso a casa;

  • O nacionalismo: Manuel, já em sua casa, ordena que todos a abandonem, para que, assim, não tenham que ser anfitriões dos castelhanos. A alternativa é procurarem abrigo no palácio onde Madalena morou com o primeiro marido. Maria concorda e incentiva, entusiasmada, esta atitude de rebeldia de seu pai;

  • Terror crescente de Madalena: para ela, o regresso a essa casa é prenúncio da desgraça que sempre temeu. Manuel considera infundados os terrores da mulher e avança com a sua decisão;

  • Final "apoteótico" do I Acto: com a chegada imprevista dos governadores castelhanos, Manuel de Sousa obriga todos a sairem e incendeia a sua própria casa.

Romantismo: emotividade de D. Madalena; citações de Camões (de Os Lusíadas);a crença em agouros e superstições (Maria e Telmo); a fragilidade e sensibilidade "doentias" de Maria; o Sebastianismo; o repúdio do domínio castelhano; espectacularidade da cena final do I Acto, o incêndio do palácio. A linguagem e o estilo reflectem o turbilhão de emoções que afecta as personagens: apóstrofes, interjeições, frases exclamativas e interrogativas, repetições, reticências.

Classicismo: os momentos que marcam a inevitabilidade da tragédia.

Vide: presságios que se confundem com os agouros; aproximação do pathos e do climax; adivinha-se a mudança, a peripateia; o desafio de Manuel de Sousa às autoridades instituídas e de Maria, que, sem ter consciência, apela a "um regresso ao passado"( hybris); ela é a vítima inocente sobre a qual a fúria inexorável do Destino se irá abater. No I Acto, Manuel de Sousa representa o racionalismo dos clássicos pelo modo como (ainda) controla as suas emoções.

6 comentários:

Anónimo disse...

Vai ser bem útil

Anónimo disse...

Tanto estes tópicos como os referentes ao II Acto vão ser bastante úteis para completar os meus apontamentos e para estudar para o teste.

Muito obrigada professora!
Madalena 11.A

P.S. - O Blog está muito bem estruturado.

Anónimo disse...

Tanto estes tópicos como os referentes ao II Acto vão ser bastante úteis, não só para organizar e completar os meus apontamentos mas também para estudar para o teste.
Muito obrigada!
Madalena 11ºA

P.S. - O Blog está muito bem estruturado.

MC disse...

Grata pela apreciação, Madalena!
Só falta o III Acto, fica para domingo!

P.S.: O comentário da Madalena aparece duplicado, porque ela também assim o enviou e eu não reparei...

Anónimo disse...

Agradeço por ter criado este blog...é uma ótima maneira de não perdermos a matéria!

MC disse...

E quem é este "anónimo" que não se identificou?
Não tem de agradecer! É como se fosse um "dossier"...