quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Os Maias: preparação para o teste

No teste de avaliação do final do 2º Período, sairá um excerto do I Capítulo de Os Maias de Eça de Queirós.

Deverão tomar atenção aos seguintes aspectos:

Espaços: Santa Olávia (espaço rural), Lisboa (espaço urbano).

Tempos:
- Presente: Outubro de 1875;
- Passado: analepse (recuo no tempo) à juventude de Afonso da Maia.Casamento com Maria Eduarda Runa, nascimento do filho, o Pedrinho, ida para Inglaterra; regresso a Portugal, morte da mulher e juventude de Pedro até ao seu casamento, contra a vontade do pai, com Maria Monforte.

Temática importante:

  • A crítica à educação tradicional/religiosa (beata), que contribui para deformar a personalidade dos indivíduos (ex: Pedro da Maia);

  • Os excessos, de todo o género, que esse tipo de educação e uma sociedade romântica fomentam (Pedro da Maia);

  • O pragmatismo “inglês” de Afonso da Maia, no que diz respeito à educação e à religião;
    oposição Afonso/Pedro: força/fraqueza;

  • A ascensão social dos novos-ricos: Maria Monforte e o pai, muitas vezes, através de meios pouco sérios (tráfico de negros);

  • A caracterização de Pedro da Maia, cuja personalidade se deve aos factores, antes referidos e a que se acrescenta o factor hereditariedade (influência do Naturalismo);

  • O aparecimento de presságios, desde o início:

    -A família tinha poucos elementos( só avô e neto);
    -O Ramalhete sempre tinha sido “fatal” à família Maia;
    -Pedro era parecido com um bisavô materno que se tinha suicidado;
    -Maria Monforte era de uma beleza clássica, magnífica, comparada à das estátuas gregas;
    -A sombrinha escarlate de Maria “derramava” como que uma mancha de sangue sobre Pedro.

    Linguagem e recursos estilísticos:

A adjectivação com a intenção de descrever pormenorizadamente (característica do Realismo): [Pedro era] “mudo, murcho, amarelo…”(Capt I, p 20);
A ironia para acentuar a crítica social: [Pedro] “ aos dezanove anos teve o seu bastardozinho.”(Capt I, p 20);
O uso do advérbio de modo com uma função adjectivante: [Afonso] “esteve olhando abstraidamente a quinta…” (Capt I, p 31);
A sinestesia ( sugere sensações várias): “ Os passos do escudeiro não faziam ruído no tapete fofo; o lume estalava alegremente, pondo retoques de oiro nas pratas polidas;” (audição, tacto, audição, visão)-(Capt I, p 31);
A comparação: “…e a sua face [de Maria Monforte], grave e pura como um mármore grego…” (Capt I, p 29);
A metáfora: [Maria Monforte]"... arrastando com um passo de deusa a sua cauda de corte…" (Capt I, p 23).

Nota: A paginação remete para a obra na sua edição de Os Livros do Brasil.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Outra forma de intervir, reflectir e debater

Um grupo de alunas do 11ºB utilizou o Texto Dramático para apresentar o seu trabalho. Achei a ideia muito interessante e é um exemplo de como este (ou outro) modo de expressão pode promover a reflexão sobre temas controversos (ou não).


DIÁLOGO SOBRE A TRAIÇÃO E FIDELIDADE

Raquel – Está mais que provado que não é possível…

Marta – É mesmo, é algo incontrolável, quando menos esperamos já o cometemos!

Raquel – Cometer? Mas será errado? Será errado ser contra algo natural do Homem?

Inês – Eu não sou casada, mas sinceramente, e perdoem-me se parecer impertinente, vocês são casadas, têm um marido, filhos e casa e falam de traição como se fosse algo ordinário (vulgar)?

Marta – E não é? Involuntariamente fazemo-lo todos os dias!

Inês – Não compreendo! Antes de mais o que é a traição? Podemos nós trair sem ser infiéis?

Marta – Ouve…Não estás a entender, existem muitos casais que não traem fisicamente, no entanto são infiéis…O que é o casamento? Não é o consumar de um amor eterno? Esses sim são os casos penosos.

Inês – Poderá ter a sua razão. O que sempre me levou a ficar solteira foi o factor “Não consigo amar alguém mais do que a mim, não por muito tempo”.

Raquel – Somente há muito pouco tempo é que as pessoas se aperceberam do que se trata a fidelidade!


Inês – Sim! inclusive várias revistas que já li explicam que está mais que comprovado que num casamento/relação o terceiro elemento é fundamental…É por vezes a falta da “permissão” da parte do parceiro que leva à infidelidade.

Raquel – Claro as pessoas esquecem-se do que juraram no seu casamento…As pessoas no geral não entendem o que é a traição, acabando assim por generalizar a infidelidade!


(Questão para debate: Pode haver infidelidade sem traição?)

Texto da Inês, Marta e Raquel do 11º B



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Intervenção/Reflexão/Debate

Como preparação para as intervenções orais a apresentar em aula, uma aluna sugeriu-me que publicasse um texto, resultado da sua reflexão pessoal sobre o tema "Casamento: fidelidade/traição". De bom grado o publico, corrigido e adaptado. Pode ser que o debate aqui continue...!

A Fidelidade

A fidelidade tem como base a confiança e vice-versa. Numa relação como o casamento, muitas pessoas acham difícil manterem-se fiéis, principalmente em pensamento. Há quem diga que com o passar do tempo a relação se torna monótona e fica sem a paixão e envolvência iniciais, o que torna a "tarefa" de se ser fiel mais complicada de gerir.
Uma pessoa tem de se sentir amada, respeitada, mas sobretudo ser ela a amar e respeitar. Quando se tem firmeza e dedicação a um casamento é muito mais fácil manter a fidelidade; contudo a existência de amor e desejo pelo outro são os factores mais importantes para se manter uma relação verdadeira, sem mentiras.
A fidelidade pressupõe também a verdade no matrimónio. (...)
Hoje em dia são raros os casos de amores eternos, mas não são inexistentes. Infelizmente, até nesses raros casos, se foge à fidelidade, nem que seja por uma vez; muitas vezes alegando que se procuram certezas de sentimentos, o que é completamente desnecessário quando se ama. (...)
Quando se promete fidelidade o principal é o amor, pois quem ama não ousa sequer pensar noutro nome.

Da Bruna, 11º A.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Despedida...

Em jeito de "despedida" do Frei Luís de Sousa, deixo aqui, visível, a mensagem que o Francisco (11ºG) enviou:

Hoje foi mais um dia,
e vi-te sorrir, distante,
senti-te distante,
mais um dia.

Vou-me afogando lentamente,
mais uma noite...
Consegues ver?
Estas correntes que nos separam,
as correntes que nos prenderam...

Estou a afogar-me.
Consegues ver-me?
Deixa-me ver-te...
Mais uma noite.

(Poderia ser um poema escrito por Madalena ou, quem sabe?, por Manuel...)

P.S.: "Sublinhei" por ser o último!

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Festejar o Amor!

Carnaval

Mistura de sentimentos,
Sentimentos que nos trazem mais e mais.
Amor arrebatador que nos dá cor.
Mistério repleto de dissimulação.
Folia, febre, paixao e alegria...

Carnaval, Carnaval...
Tempo de amor,
Temporal de calor!

Problemas terminados,
Nascer do sol todas as manhãs.
Corações renovados,
Febre de alegria.
O meu Carnaval, o meu Carnaval.

de Ana Serra, 11º G

(Reflexão: o Carnaval é tempo de catarse! até de sentimentos... e há quem nos ensine que uma das maneiras de o festejar é a escrita!)