segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Memória ao Conservatório Real

Tópicos da Memória ao Conservatório Real de Almeida Garrett:



  • os factos históricos portugueses são marcados pela simplicidade;


  • essa simplicidade é solenemente trágica e «moderna» (romântica);


  • na história do Frei Luís de Sousa, há simplicidade trágica, mas há, também, o espírito do Cristianismo que suaviza o desespero das personagens: em vez de uma morte violenta, “morrem para o mundo”, entregam-se a Deus;


  • da tragédia não usa o verso, preferiu a prosa, talvez para não “ofender” o próprio Frei Luís de Sousa, um dos melhores prosadores da língua portuguesa;


  • consequentemente, se, na forma, esta obra é um drama, na «índole», considera-a uma tragédia antiga;


  • uma acção muito “simples”, sem paixões violentas: poucas personagens, todas elas genuinamente cristãs , sem um “vilão”, sem assassínios, sem “sangue”;


  • sem estes “ingredientes”macabros, tão usados na época para captar o interesse das plateias, Garrett quis verificar se era possível despertar, nesse público ávido de emoções fortes, os dois sentimentos únicos de uma tragédia: o terror e a piedade;


  • no entanto, considera a sua peça “apenas” um drama, porque, tal como a sociedade, a literatura ainda estava em “construção”: a literatura reflecte, mas influencia, também, a sociedade;


  • refere as fontes de que se serviu para escrever o Frei Luís de Sousa: uma representação de teatro ambulante a que assistiu, ainda jovem; mais tarde, a leitura de duas narrativas sobre este tema, de D. Francisco Alexandre Lobo e de Frei António da Incarnação; mais recentemente, o drama, O Cativo de Fez;


  • afirma, porém, que não se sentiu obrigado a respeitar a verdade histórica, mas sim a “verdade” poética;


  • e justifica essa opção, caracterizando a sua época, o século XIX, como «um século democrático; tudo o que se fizer há-de ser pelo povo e com o povo…ou não se faz.»;


  • assim, uma vez que já não há Mecenas, tudo o que se escreve tem de ir ao encontro do gosto do leitor, e o leitor «quer verdade»;


  • a verdade encontra-se no passado histórico, porque é “o espelho” do presente: só assim o leitor apreciará, porque só assim entenderá – «é preciso entender para apreciar e gostar».

7 comentários:

Anónimo disse...

oh stora, stora isto é muita matéria loool xD mas quero agradecer-lhe, como aluna,por ter criado este blog em que os alunos podem ter acesso à matéria e até mesmo exclarecer duvidas com a senhora.=)

MC disse...

Joana, Joana!!! A matéria aqui está "organizada", só isso...:-)))
A do "Frei Luís de Sousa, Tragédia ou Drama?" é para o 2º Período. É só ler, para ficar com uma ideia geral, sim??
Não "stresse", que não vale a pena...

(Corrijo: "eSclarecer". Nem aqui "escapa", Joana!!)

Anónimo disse...

Concordo plenamente, com a joana...
Mas tenho q referir a boa organizaçao do blog.
Bom trabalho, e espero q continue!
É um bom auxilio!

Anónimo disse...

LOOOOOOOOOOL peço imensa desculpa por este meu erro lol
de distracção :)

oh stora agr eu ja sei isso tudo ao pormenor do "tragédia ou drama"
mas pronto o saber n ocupa espaço xD

MC disse...

Gonçalo

Quase que "perdia" o seu contributo!!
Foi difícil, mas cá chegou...

Bom fim de semana!!

Anónimo disse...

Explique a verdade poética e a histórica, sff.

MC disse...

Quem me está a pedir para explicar?

Como pode verificar, escrevi este post há mais de 2 anos. No entanto, posso dizer-lhe que a verdade "poética" é a verosímil, aquela que o criador pretende que pareça verdade, mesmo que não corresponda à da História.