Capítulo XIII
- Carlos leva Maria Eduarda à Toca, a casa dos Olivais;
- descrição da decoração do quarto;
- ruptura de Carlos com a Condessa de Gouvarinho.
Comentário: - alguns pormenores da decoração do espaço são presságios: “[…]os amores de Vénus e Marte[…]” (p 433); “[…] o leito de dossel[…] como erguido para as voluptuosidades grandiosas de uma paixão trágica[…]” (p 434); “[…] uma cabeça degolada, lívida, gelada no seu sangue, dentro de um prato de cobre.” (p 434); “[…] uma enorme coruja empalhada[…]” (p 434);
- o espaço físico é, assim, transformado em espaço psicológico: “Mas Maria Eduarda não gostou destes amarelos excessivos.[…] achava impossível ter ali sonhos suaves.” (p 434).
Capítulo XIV
- Maria Eduarda vai ao Ramalhete;
- Castro Gomes, seu suposto marido, vai ter com Carlos, mostrando-lhe uma carta anónima, mas avisando-o de que não são casados.
Comentário: - aparece mais um presságio: Maria Eduarda, quando vê o retrato do pai do Carlos, comenta que o acha parecido com sua mãe.
Capítulo XV
- Maria Eduarda conta a Carlos a sua infância e juventude e, perante a revelação de um passado tão amargo, Carlos decide casar com ela;
- um jornal, a “Corneta do Diabo”, publica um artigo anónimo onde Carlos é ultrajado numa linguagem quase obscena;
- Ega suborna o director do jornal, Palma Cavalão, que lhe revela que o autor do artigo foi o Dâmaso;
- Ega obriga-o a escrever uma carta onde ele se confessa um alcoólico inveterado, vítima de um vício hereditário; deste modo, Ega aproveita também para se vingar do facto de Dâmaso lhe ter “roubado” a Raquel Cohen.
Comentário: - analepse: recuo ao passado de Maria Eduarda;
- crítica ao “jornalismo” de pasquim e a quem se deixa subornar para publicarseja o que for;
- crítica à cobardia de Dâmaso;
- influência do Realismo/Naturalismo, quando se refere à hereditariedade (o suposto alcoolismo de Dâmaso).
Capítulo XVI
- episódio do Sarau do Trindade, onde, mais uma vez, desfilam as várias personagens-tipo;
- o Sr. Guimarães chega de Paris e revela a Ega que Maria Eduarda e Carlos são irmãos, o que pode comprovar com os documentos que guarda num cofre.
Comentário: - Crítica social: todos discutem desordenadamente e todos se querem mostrar, mas a ignorância, o provincianismo vêm ao de cima, quando uma das senhoras nem sequer sabe quem foi Beethoven e fala da “Sonata Pateta”(Patética).
- Este é um dos capítulos mais importantes da intriga, porque nele se encontra o momento da agnórise, o reconhecimento (influência da tragédia grega) e que já se fizera “anunciar” por vários presságios ao longo da narrativa.
- O tema é o incesto, a relação tabu e proibida entre dois irmãos, vítimas de circunstâncias que desconheciam, vítimas inocentes dos actos dos progenitores (neste caso, a mãe, Maria Monforte).
- Os dois níveis da acção aqui “cruzam-se”, porque o incesto é motivado por outras causas que são também alvo da crítica social nos romances Realistas/Naturalistas: o comportamento adúltero das mulheres, a influência negativa do Romantismo.
Capítulo XVII
- é revelada a Carlos a verdade;
- Carlos, por sua vez, conta também ao avô;
- vai a casa de Maria e dorme com ela, mesmo já sabendo que é sua irmã;
- Afonso morre;
- os irmãos, inevitavelmente separam-se e partem para o estrangeiro.
Comentário: - É o momento da katastrophé( catástrofe), quando as consequências terríveis se abatem: Afonso, aquele que resistira a tantos desgostos de família, sucumbe. É ele, verdadeiramente, a vítima inocente. Morre a personagem que se mantivera, ao longo de toda a vida (e narrativa), coerente, genuína, verdadeiramente “civilizado”.
Capítulo XVIII
- Carlos regressa a Lisboa, após uma ausência de 10 (dez) anos e passeia com Ega pela capital;
- esse passeio revela que tudo permanece na mesma, principalmente as pessoas: ociosas, “moços tristes”, “mocidade pálida”(p 702);
- voltam ao Ramalhete, agora abandonado, e embora reste uma sensação de falhanço, não há qualquer sentimento de remorso em Carlos.
Comentário: - tempo cronológico: elipse e prolepse( omissão de acontecimentos e consequente avanço no tempo, 10 anos);
- tempo psicológico: “Só vivi dois anos nesta casa, e é nela que me parece estar metida a minha vida inteira!” (p 714);
- espaço físico: Lisboa e os vários locais por onde vão passeando: o Loreto, o Chiado, Rua Nova do Almada, a Avenida, o Ramalhete;
- espaço social: as pessoas que “povoam” esses espaços: “vadios, de sobrecasaca, politicando..”(p 697); “Uma gente feiíssima, encardida, molenga, reles, amarelada, acabrunhada!...” (p 697);
- espaço psicológico: o Ramalhete abandonado: “ Em baixo, o jardim[…] tinha a melancolia de um retiro esquecido, que já ninguém ama[…]”.(p 710)
- as personagens reconhecem o falhanço: “- Falhámos a vida, menino!”(p 713). E, de acordo com o Realismo/Naturalismo, isso deve-se à ociosidade, ao tédio, à degradação moral, ao Romantismo, à religião, à educação. E ambos, Ega e Carlos, o “escritor” e o médico falhados, correm apenas para o que sempre tinham “corrido” na vida: para chegarem a tempo do jantar, isto é, a satisfação das suas necessidades primárias e básicas. Porque nunca tinham lutado “- Nem para o amor, nem para a glória, nem para o dinheiro, nem para o poder…”(p 716).
16 comentários:
E mais uma vez obrigado pelos tópicos ;)
Sofia*
Ora essa, Sofia!! é (só) uma outra forma de comunicar...E que tenham a utilidade que eu espero!
obrigado pelos topicos professora! ja' agora para quem quiser acrescentar aos apontamentos que tem consulte o seguinte site que contem uns resumos sobre os maias
http://lithis.net/p.php?id=36
beijinhos Melanie *
Capítulo XIV
Maria Eduarda vai ao Ramalhete;
Castro Gomes, seu suposto marido, vai ter com Carlos, mostrando-lhe uma carta anónima, mas avisando-o de que não são casados.
Comentário:
aparece mais um presságio: Maria Eduarda, quando vê o retrato do pai do Carlos, comenta que o acha parecido com sua mãe.
Que o acha, quem? o carlos ou o pedro? Faz sentido o carlos não é, mas queria confirmar
Sofia*
Melanie, parece-me um bom "site". Aqui fica para os colegas que queiram consultar!
Até amanhã e bom estudo!!***
Sofia, o seu comentário/dúvida de dia 6 não me apareceu. Por isso, a ausência de resposta. Estas coisas, às vezes, pregam-nos partidas...
Embora não seja nem seu aluno, nem alundo da escola, não podia deixar de agradecer, pois este optimo blog, ajudou-me imenso : )
Obrigado : )
Fico muito contente ( e vaidosa!!)por saber que esta página, tão despretensiosa, é visitada e considerada útil por outras pessoas.
Bom trabalho e volte sempre!!
Este blog tem-me ajudado imenso nos meus trabalhos acerca d'Os Maias.
Nao sou aluna desta escola, mas agradeço os resumos.
Muito obrigada e parabens pelo blog
Obrigada, Sara. Estive a espreitar o seu blogue e achei-o muito interessante. Depois, com calma, verei melhor. Já agora: donde é?
Boas!
Visitei o site e não consegui fechar a página sem antes agradecer a informação e dar os parabéns!
Estes resumos dão imenso jeito!
Estive a estudar estes resumos para uma ficha que vou ter amanhã, e para o teste vai dar também muito jeito!
Já chegou a Estarreja! lool
Cumprimentos
Só para dizer que estes resumos já chegaram a ilha da madeira e deram-me imenso jeito :D obrigada, estão mesmo excelentes! beijo*
Olá !
Estou no 11º ano , e como me parece mais fácil estudar OS MAIS por resumos , vim á internet á procura de algo e encontrei este ESPETACULAR blog .
Ajudaa imenso .
Tenho de apresentar o Capitulo XVII oralmente para a minha turma e prof de Portugues e assim é muitoo menos complicado do que o que pensava .
Parabéns pelo blog : D
Beijoo ' ALEXANDRA
Bom trabalho, Alexandra!!
Bji****
Capítulo XIV
Maria Eduarda vai ao Ramalhete;
Castro Gomes, seu suposto marido, vai ter com Carlos, mostrando-lhe uma carta anónima, mas avisando-o de que não são casados.
Comentário:
aparece mais um presságio: Maria Eduarda, quando vê o retrato do pai do Carlos, comenta que o acha parecido com sua mãe.
O pai do Carlos é o Pedro, não faz sentido que a Maria o ache parecido com a sua própria mãe visto que eles simplesmente foram em tempos marido/mulher. Não será do avô do Carlos, Afonso da Maia o retrato?
Por que coloca a questão como anónimo/a?
No entanto, vou responder, já à distância de 2 anos, que foi quando escrevi este post.
E é óbvio que foi um engano meu de que ninguém se deu conta, entretanto: Maria Eduarda, quando vê o retrato de Carlos( e não do pai!!) acha-o parecido com sua mãe que era também mãe do Carlos, a Maria Monforte...
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