quinta-feira, 23 de abril de 2009

No Dia Mundial do Livro...


....o contributo de duas das minhas alunas.

Estes textos encontram-se também publicados em
Arteziletras e expostos no Centro de Recursos.

O Livro

"Era uma vez...": também assim começou este livro. As personagens são poucas, no entanto as descrições preenchem linhas: "E naquela casa de férias tudo libertava um aroma doce: as janelas abertas deixavam entrar o sol doirado, o sussurro das plantas deixava adivinhar a brisa fresca presente no prado e o tom meigo com que eram ditas todas as palavras enaltecia o espírito."

Várias foram as vezes em que repeti a leitura de frases só para as poder absorver em mim e saboreá-las com o mesmo prazer com que foram escritas. Não tive em momento algum pressa para terminar a leitura e todas as páginas foram minutos de sabedoria que me acolheram dias e noites. Hoje terminou a leitura, estranhamente mas terminou. Consigo ver que páginas foram arrancadas e não sei ao certo porquê nem por quem. Reconheço apenas a última frase presente: "O relógio do tempo parou por longos instantes e nem o teu brilho conseguiu curar a minha cegueira."

Da Maria João J., 11º E



Cartas sobre livros

Olho-te cá de baixo, tentando alcançar-te com o olhar. Inspiro-me numa bailarina em pontas, para chegar a ti e, num movimento preso, estico o braço e levanto-o, procuro agarrar-te enquanto passo as mãos pela prateleira, pois reconheço-te pelo toque. Sinto as tuas marcas de nascença que, no fundo, dizem, numa imagem, aquilo que tu és, lembra-te que não te deves envergonhar disso, não deixes que os outros as escondam.

Tenho-te agora nas minhas mãos, enquanto leio os pensamentos de outros que sigo com o dedo, fazendo-me perder. O teu cheiro espalha-se enquanto te folheio, e faço passar as páginas rapidamente, entranha-se na roupa, e leva-me para esse mundo estranho. Terras que apenas vi em ti, pessoas que não hei-de conhecer de outra forma, que, de alguma maneira, tu mostras e fazes-me ter a certeza daquilo que quero. Ainda que seja apenas uma visão, um monólogo, e eu não me tenha levantado do sofá da sala.

Da Catarina , 11ºB


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